Elite acelera o ritmo para uma nova e intrigante temporada

PUBLICIDADE

Marina está morta, seu assassino está livre e um inocente está preso. Após as férias, o retorno ao colégio de Las Encinas retoma exatamente o ponto onde parou a primeira temporada, trazendo aquelas novidades esperadas de uma segunda temporada.

O meio-irmão drogado e festeiro de Lu, Valério; a aparente nova rica Cayetana e a Rebelde e vulgar Rebecca. Junto ao elenco da primeira temporada, estão colocadas as peças para o segundo capítulo do intrigante drama adolescente espanhol. 

A Netflix parece ter investido no ritmo de suas novas temporadas, ao menos as espanholas. O novo ritmo de Elite, mais intenso e menos introspectivo, faz dessa segunda temporada muito mais fácil de ser consumida, especialmente com uma fotografia e direção de câmera arrojadas que trazem um realismo de Go Pro para algumas cenas em alta velocidade, conferindo realismo e maior impacto às cenas. Tudo isso muito bem envolvido por uma trilha sonora inovadora e cirurgicamente precisa para cada momento. 

Em termos de atuações, parece ter havido um certo desenvolvimento geral dos intérpretes. Eles passaram a ser menos caricatos em alguns casos e conseguiram trabalhar uma noção maior de profundidade e de camadas, se tornando menos óbvios do que era, afastando assim o seriado de um maniqueísmo pobre e evitável.

Esse ponto conversa diretamente com o arco narrativo principal, que ao invés de uma morte trata de um desaparecimento de um dos personagens principais, de quem teria motivos para sumir com dito personagem, e acima de tudo, qual teria sido o destino reservado. Os críticos certamente apontarão que se trata de uma reciclagem da narração original, o que não deixa de ser verdade, contudo parece se valer do aperfeiçoamento de uma fórmula que deu certo.  

Vertiginoso, intenso e com reviravoltas bem estruturadas, a segunda temporada de Elite apresenta um belo equilíbrio entre os personagens, com interessantes desenvolvimentos individuais.  Um arco principal envolvente com histórias menores interessantes, e atuações convincentes do que seria um universo adolescente privilegiado dos tempos atuais, que fica muito bem retratado no desabafo de um dos personagens principais, parafraseado: “Somos crianças e só caímos porque sabemos que teremos um adulto que nos levante, e vocês falharam.”

Assim, sem grande alarde, a série ajuda a provocar algumas reflexões sobre a adolescência em tempos tão fluídos, sem cair em clichês ou obviedades desnecessárias, tudo enquanto passeia por tabus variados, sempre de maneira interessante, gerando ansiedade pelo próximo capítulo dos alunos de Las Encinas.