Tolkien explora com sensibilidade a história do autor fantástico

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John Ronald Reuel Tolkein, JRR Tolkien ou simplesmente Tolkien foi um escritor sul-africano, criado na Inglaterra, que foi imortalizado como o pai da literatura fantástica ao escrever clássicos como O Senhor do Anéis, O Hobbit, Silmarilion e outros livros, que se transformaram em grandes sucessos cinematográficos, motivadores de um livro que contasse a história do homem por trás dos sucessos. 

Culto desde criança, o jovem Tolkien se torna órfão de pai e de mãe muito cedo, e junto com seu irmão, acabam sendo tutelados por uma rica viúva, em um momento no qual a Inglaterra vivia as dificuldades entre a primeira e a segunda guerra mundial. Sua imaginação fértil logo acaba servindo de cimento para se unir com outros jovens criativos, que acabam adotando uns aos outros como uma verdadeira irmandade.  

E então vem a guerra, a segunda grande guerra. A guerra para acabar com todas as guerras, como foi muito dito, e Tolkien e seus amigos embarcam rumo a aventura que irá moldar o resto de suas vidas. Não por acaso o filme começa na grande guerra, e depois retroagem até a infância de Tolkien, com algumas indas e vindas. Se todos poetas tem sua musa inspiradora, parece que a Guerra foi a musa de Tolkien, e toda dor, tristeza e sofrimento que essa, e a guerra anterior trouxeram, são o metal forjado da obra máxima de Tolkien. 

Aos fãs, o filme presenteia com diversas situações que mostram as inspirações de personagens, lugares, batalhas, territórios, criaturas e mais uma série de criações fantásticas, incluindo prédios, obras e florestas. O filme serve para mostrar todo o processo criativo de um gênio, e o peso por trás de suas criações, que eternizaram tudo que foi importante para Tolkien. Aos que não sejam fãs, uma obra interessante para explorar um grande autor que se valeu de múltiplas competências para criar um universo, com sua língua, suas canções, seus poemas e suas pinturas, tudo saído da mente de um só gênio, que buscava inspiração em um cotidiano muito menos fantasioso. É fácil desenhar um paralelo com outras obras, como Em Busca da Terra do Nunca, Peixe Grande e outras. 

Nicholas Hoult consegue alcançar sua melhor atuação (ao lado de Mad Max) e seu romance com Lily Collins convence e enche o coração de ternura, mas o que realmente vale no filme é ver a tragédia passando pelo filtro lúdico de uma mente espetacular para virar obras que influenciaram milhares de autores, cantores, e sonhadores em geral, geração após geração. 

Não é uma obra para todos os olhos. Assim como suas criações também não o são, mas se Tolkien tem uma virtude é mostrar as infinitudes da capacidade humana de sonhar e criar sem limites.