Animais Fantásticos e Onde habitam 2: os Crimes de Grindewald

PUBLICIDADE

Allomorra! E chegou ao fim a espera. Animais Fantásticos e Onde habitam 2: os Crimes de Grindewald chega aos cinemas com a difícil missão de ser a ligação do mundo da magia americano com Hogwarts e os bruxos britânicos. Protagonizados pelo excêntrico Newt Scamander, agora declaradamente a serviço de Alvo Dumbledore, a trama passa por uma romântica Paris em perseguição ao bruxo das trevas Grindewald, antecessor de Voldemort, agora assumido na feição de Jhonny Depp, se caracterizando como o arqui-inimigo do então jovem professor de magia contra as artes das trevas, Dumbledore, espetacular na interpretação de Jude Law.

Todo o time do primeiro longa está de volta, agora bem reforçado de outros atores de ponta. Com maior espaço para Depp, longe de seu Capitão Sparrow mas ainda assim estranho e espetacular, e com Jude Law que conseguiu mimetizar os trejeitos de um Dumbledore mais sênior, mas ainda assim exercendo sua autoridade e liderança natural. 

Além disso, o filme apresenta uma bela viagem pela Paris, vivendo os resquícios de sua Belle Époque, em uma Europa ainda ressentida pelo final da primeira Grande Guerra. Uma Paris mágica que esconde em cada estátua e cada monumento um portal mágico, extrapolando a fascinação que qualquer turista consegue sentir no ar ao visitar a capital do mundo. Produção linda que faz jus ao nome do filme, com animais verdadeiramente fantásticos, com destaque para o Dragão Chinês. Tinha tudo para ser um grande filme.

Infelizmente falta algo. Não se sabe se é por causa da autora/roteirista J.K. Rowling que não dá conta de segurar grandes momentos ou se é a falha na direção do competente David Yattes, mas Animais 2 traz arcos narrativos confusos. Um exemplo é Queenie e Jakob, até então um casal adorável, ou uma manipulação barata de Grindewald, com a principal ameaça sendo um personagem de motivação vaga e ininteligível. O amor entre Dumbledore e Grindewald, até então declarado fora dos livros e filmes, começa a ganhar corpo, mas ainda de forma insipiente e não convincente.

E o pior de tudo, o desfecho do filme parece corrido de forma desnecessária, buscando de qualquer maneira apresentar uma esdrúxula teoria que justifique os dois filmes. Rowling nunca foi bom em construir ou manter tensões de grandes autores ou conduzir grandes batalhas, como se vê nos momentos decisivos de Harry Potter e aqui uma vez mais fica provado suas limitações que a colocam no hall de best sellers, mas não dos escritores imortais. 

Ao final, a percepção que se tem é que Animais Fantásticos tentou tomar uma poção polissuco para tentar emular Harry Potter, e o que poderia ser bom e bem construído no longa parece ter saído cru, tirado do forno antes da hora, deixando um amargo na boca de quem vê. Que o inegável terceiro ato seja colocado nas mãos de um roteirista mais competente, ou menos nas mãos de um diretor com um pouco mais de… Magia. Obliviate!