Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível é um excelente filme da Disney

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Tem se tornado cada vez mais comuns e populares aquelas histórias que primam por olhar para o passado, fazendo um equilíbrio com o seletivo olhar nostálgico, bem como com ao respectivo olhar crítico que se adquire ao passar dos anos. E, não por acaso, a Disney é mestre nesse tipo de narrativa com exemplos como Toy Story e Hook – a volta do Capitão Gancho.

Em Christopher Robin, com o sempre carismático e envolvente Ewan McGregor no papel principal, a narrativa se desenvolve com o personagem título. Passadas décadas desde que o menino Christopher abandona o mundo lúdico do seu ursinho companheiro de travessuras na infância, Pooh, e “resolve” crescer em uma Londres pós grande guerra, cinza, suja e monótona. Preso em um emprego estressante – uma fábrica de malas (não por acaso). Christopher já está casado e com uma pequena e adorável filha e, embora, ame muito sua família, não consegue passar o tempo devido com eles por conta do emprego, um dos males da vida adulta.

De repente, algo acontece que desperta Pooh, provocando assim o reencontro dos amigos de infância, incluindo a gangue toda, com Leitão, Tigrão e companhia. 

Diferente de muitos filmes que misturam personagens e animações e que acabam primando por animações lindas, aqui os personagens parecem gastos, velhos e puídos, conferindo uma carga dramática adicional ao simples encontro visual: são brinquedos, e como tal foram bem aproveitados e são marcados pela passagem do tempo, tal qual seus humanos. Nada de pelúcias ou humanos perfeitos. Essa escolha por si só já valeria o filme, que adota essa lupa comparativa em determinados momentos, como quando Ewan resolve pular em um profundo riacho, que passados os anos nada mais era que um córrego que mal chegava aos seus tornozelos.

Tudo em cenários lindos, tanto a lúgubre Londres pós revolução industrial, como a colorida vida no Bosque dos 100 acres, em explícita comparação entre os mundos da infância e da vida adulta. 

Essa metalinguagem dá a tônica do filme, puro em essência e lindo em mensagem. Obviamente, ter alguém como Ewan no papel principal sem dúvida foi uma grande e acertada escolha, quase que reprisando o papel em Peixe Grande e outras histórias.

As sutilezas narrativas e interpretativas são tão grandes que o filme deixa o espectador na dúvida se Pooh, Leitão e Tigrão estão realmente vivos ou se são manifestações da infância, da juventude e da alegria de viver de Christopher.  

Um filme para crianças de todas as idades, em especial àquelas que deixaram a juventude a mais tempo para trás. Christopher Robin é um emocionante convite para um reencontro de todos aqueles que já tiveram uma infância colorida e cheia de amigos com o que existe de mais puro e lúdico dentro de si mesmos, o verdadeiro reencontro inesquecível.