8ª Temporada de American Horror History é de longe a melhor da série até hoje

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Ryan Murphy e Brad Falchuk inovaram ao criar American Horror History em 2011: grandes mitos do ideário de terror norte americanos compilados, um grande medo por temporada, que teria começo, meio e fim, na qual os bons atores viveriam personagens diferentes e não conectados ano após ano. Assim, a série teve a Casa Assssina, o Hospício, o Coven de Bruxas, o Hotel, Roanorke, o Circo de Horrores e até a eleição de Trump. Entre altos e baixos, há alguns anos os fãs começaram a notar que talvez as temporadas não estivessem tão isoladas como se acreditava no início, e agora, a oitava temporada, Apocalypse, pôs essa teoria abaixo de vez.

Em Apocalypse, temos o holocausto nuclear e o inverno atômico, tudo provocado pelo anticristo, muito bem interpretado por Cody Fern, em uma mistura de anjo caído com menino mimado. E quem se levanta contra o anticristo? Antigas conhecidas do público que retornam de forma magistral. Evitando spoilers, a oitava temporada parece um “melhores momentos” de tudo que American Horror History viveu nos seus últimos anos, e traz de volta uma galeria dos melhores personagens vividos pelos seus melhores atores, dando ao expectador o gostinho de ver grandes atores como Evan Peters e Sarah Paulson, maravilhosos, interpretando mais de um personagem ao mesmo tempo, uma vez que são resgatadas pelos menos mais 3 grandes temporadas, além das breves referências às demais, agora total e inegavelmente amarradas

E o que poderia confundir o grande público, na verdade, se mostra como uma narrativa coesa e sólida, pois cada arco é bem contado e bem desenvolvido, sem condescendência nem presunção de que todos expectadores acabaram de ver as outras séries, evitando assim furos monumentais que se deram em outras temporadas como Freak Show e Hotel, quando a narrativa parecia solta e desconexa. 

Mistura de fan service com amadurecimento narrativo, Apocalypse entrega a melhor temporada de AHS, intensa, com ritmo contagiante, narrativa aguçada e interpretações magistrais, especialmente de Sarah Paulson, Billie Lourd, Emma Roberts, Francis Conroy e Cody Fern. Dosado na medida correta, o terror se mistura com o suspense e até pitadas de humor, em grande parte humor negro, para temperar uma curta, porém perfeita temporada. Necessário preparar a pipoca e o cobertor, pois depois de começar vai ficar difícil largar, e porque não, não resgatar as outras temporadas.