Titãs em segunda temporada reafirma maturidade

PUBLICIDADE

Titãs começou como uma série muito mais adulta e ácida do que tudo que havia no universo DC não-hellblazer (Constantine do Cinema) fora dos quadrinhos, tanto que a chamada da primeira temporada é Dick Grayson atacando assaltantes e quando falam que o passarinho está sem o Batman ele solta um palavrão e espanca os criminosos. A era da inocência havia acabado. Isso ficou claro ao longo de toda a primeira temporada, onde vício, sexo, culpa, traumas e mortes foram sendo explorados.  

Curioso é que os Titãs são, originalmente, os parceiros dos heróis de primeira grandeza da Liga da Justiça, quase sua “série B”, tanto que os desenhos inspirados puxam para o infantil, e na série acaba sendo a mais madura e realista de todas as produções audiovisuais da DC, sem aquela pataquada do “Martha”, ou as outras passagens que destruíram pelo menos cinco histórias épicas da DC nos quadrinhos. Muito pelo contrário.

O Robin passa a ser um rito de passagem, e Dick Grayson mostra que sua aventura solo teve seu preço e deixou marcas indeléveis no coração e na alma. E o interessante é que até mesmo a Ravenna, curiosamente interpretada por uma adolescente e não por uma trintona pagando de gatinha, consegue mostrar profundidade em uma boa narrativa de criação versus natureza. 

 Bem desenvolvidos, os personagens conseguem ser realistas a ponto de doer, com um elenco muito bem afinado (embora quase em sua totalidade desconhecido do grande público) e que tem seu roll ampliado na segunda temporada, que fixa estadia na bela São Francisco (evidenciando ainda mais o realismo da série, que evita escolher cidades fictícias), entregando uma fotografia muito bonita, em complemente à bela trilha, roteiro competente e atuações convincentes, inclusive dos inimigos e aliados dos Titãs. 

Para quem gosta de séries de heróis, mas deseja algo menos “cartunesco”, Titãs se mostra como uma excelente opção, e uma vez que passou a constar como publicação original Netflix, pode ser mais um indício de fortalecimento entre a DC Time Warner e a Netflix, e uma possível joint venture para combater Disney e Amazon na guerra de streaming.