Fundamental para se entender o filme Vidro, Fragmentado é um belo entretenimento por sí só

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Brincadeiras à parte, o desafio de qualquer filme que retrate esquizofrenia e múltiplas personalidades é um só: retratar de forma fidedigna as nuances e variações que caracterizam diferentes indivíduos que compartilham um corpo em comum.

E M. Night Shyamalan soube extrair, com precisão, todas as nuances de James McAvoy, cuja interpretação traz distintos personagens, sem grandes esforços perceptivos do expectador nem a necessidade de um destaque muito grande pelo diretor, com uma boa participação da novata Anya Taylor-Joy.

No mais, um filme de suspense psicológico acima da média, que para os otimistas chega a lembrar, ainda que de longe, os clássicos de Hitchcook. Mostrando que Shyamalan está de volta ao topo, com apostas no sucesso de sua continuação Vidro, que conversará com outro de seus filmes – justificado pelas aparições especiais pós-créditos. Vale o tempo investido nesse misto de suspense e terror, com pitadas de sobrenatural.

Interessante notar que o filme se conecta com outra história do mesmo diretor, Corpo Fechado, e faz uso de uma ferramenta cada vez mais frequente: a passagem do tempo entre longas como elemento real, uma forma de quebrar a quarta parede e imputar um certo realismo ao filme, nem que seja cronológico. 

Resta agora conferir se M. Night Shyamalan conseguiu juntar de volta as peças de Fragmentado e Corpo Fechado, integrando atores espetaculares de diferentes gerações como Bruce Willis e James McAvoy, além do sempre carismático e versátil Samuel L. Jackson.