“Corpo Fechado” explora premissa interessante e conta com belas atuações

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Como seria um super-herói se ele nascesse no mundo real, e não no universo das capas, roupas de látex e demais exageros clássicos dos quadrinhos? Essa é a proposta do diretor M. Night Shaymalan, um exímio contador de histórias que escreveu, dirigiu e produziu Corpo Fechado. 

David Dunn, interpretado com a competência de sempre por Bruce Willis, é um segurança de estádio que sobrevive a um acidente de trem que mata 132 pessoas. Detalhe: ele é o único sobrevivente. Com isso, ele recebe um estranho bilhete perguntando sobre sua saúde, e conhece Elijah, interpretado por Samuel L. Jackson com o carisma e brilhantismo que marcam sua atuação. Uma estranha relação se forma quando Elijah propõe a teoria que talvez David seja um herói, pois Elijah estuda os heróis desde sempre e por conta de sua condição de fragilidade física, aposta que existe um oposto a ele. 

A intrigante história se passa em um filme que, embora tenha sido realizado no ano 2000, tem toda uma vibe de anos 80, com trilha de fundo tocada com sintetizadores que anunciam o que o telespectador deve sentir. Não é por acaso, a ideia é justamente conversar com quem foi criança na década de 80 e hoje é adulto, disparando alguns gatinhos de memória, mais uma sacada do diretor. 

Com ritmo lento, Corpo Fechado entrega uma narrativa bem amarrada e uma premissa interessante, e tem atuações extremamente sólidas e convincentes, que nas mãos de atores menos experientes e habilidosos ficaria caricata e sem sentido, quase uma paródia. Tanto que Burce Willis demonstra extrema frustação e tristeza, com atuação apagada por grande parte do filme até determinado momento, em que passa a ter um comportamento totalmente diferente na tela. E a determinação de Jackson parece ser feita de ferro, ao contrário do corpo de seu personagem.  

Filme interessante e essencial para se entender Vidro.