Aquaman ri de si mesmo e diverte todas as idades

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Aquaman sempre foi a piada da Liga da Justiça, fosse no desenho clássico da década de 80, fosse nos quadrinhos. O personagem era tão estigmatizado que virou piada até mesmo em The Big Bang Theory, quando quem perdesse teria que se vestir como o atlante.

O tempo verbal correto é Era, e isso graças ao carismático Jason Momoa e às mentes criativas por trás da produção dos novos filmes da DC. O Aquaman de Momoa é tão bom, que pode marcar a virada dos filmes da DC, começada pela Mulher Maravilha: curioso notar que nem Batman nem Superman estão por trás dessa mudança de perspectiva. Um ponto a menos para o “time Martha”. 

O filme do Aquaman é um passeio visual. Seja no farol onde começa o filme, ou em Atlantis, um misto de choque de neon de Tron com a opulência de Asgard, fato é que chegou-se a um conceito visual muito interessante, que inclusive transcende o palco central da trama, passando pela turística Sicília ou pelo árido Saara, o mar de areia.

Esse tipo de variedade de cenários acaba dando ao filme aquele ar de aventura da sessão da tarde. Longo, com mais de 2 horas de projeção, essa variedade ajuda a passar o tempo, aliado a um enredo bem escrito e bem conduzido por um grupo de atores interessante, que conta com a belíssima Amber Heard no papel de Mera, e a veterana Nicole Kidman fazendo o papel de Atlana, mãe do Homem Peixe, além de Patrick Wilson como o irmão, e William Dafoe como o conselheiro Vulko. 

  

Interessante notar que o filme se passa depois da Liga da Justiça, explorando o destaque obtido por Arthur, tanto na terra quanto no mar. E um filme que fortalece o herói, talvez começando a construção para um segundo filme da liga e um vilão ainda mais poderoso.

O filme conta ainda com uma discussão interessante sobre poluição e a forma como os homens tratam o mar, sem ser um filme necessariamente voltado para isso, mostrando que é possível casar uma mensagem sem abrir mão da ação, que temperada com um pouco de humor, deixa o filme bem divertido, ainda que por vezes confuso, pois ainda que a linha central da narrativa seja bem escrita, a condução parece um tour por outras obras do cinema: desde Jurassic Park, a Múmia, o Turista, Harry Potter e Rei Arthur.

A impressão é que o diretor James Wan, variando um pouco da temática do terror, resolveu beber de diversas fontes. O resultado final foi interessante, ainda que por vezes pareça difuso. 

Enfim, Aquaman é um filme ideal para as férias de verão, e certamente tem como seu maior mérito redimir um personagem com tanto potencial e com tanta força de origem, cuja personificação em Momoa deixou tudo muito mais interessante. Longa vida ao rei de Atlantis.