Segunda temporada de Justiceiro se arrasta em tom de despedida

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Muita expectativa pesava sobre a segunda temporada de Justiceiro, não somente por ter tido uma primeira temporada muito impactante, mas também pelo fato que provavelmente será a temporada que encerrará a parceria Marvel-Netflix, por conta do lançamento da plataforma de streaming da Disney, dona da Marvel. 

Apesar do hype, Justiceiro começa de forma lenta seu segundo ato, com um Frank Castle, já assumindo sua identidade de Pete Castiglione, fornecida pelo FBI, tentando levar uma vida normal, ainda que poucos momentos. Mas não demora até Frank se meter em uma grande confusão que não lhe dizia respeito, e iniciar um novo ciclo de violência gratuita, que como de costume cobra seu preço das pessoas ao seu redor. 

Se por um lado Frank corre atrás da violência, os impactos do primeiro ato ainda se fazem sentir nos sobreviventes da primeira temporada. Tanto agente Madani, como o Billy Retalho se vêem assombrados pelo passado, cada um à sua maneira. Fica fácil perceber o tom intimista da segunda temporada, que tem sido uma constante nas segundas temporadas da Marvel/Netflix. Contudo, em um seriado de tanta adrenalina e violência, é discutível o espaço dado à toda essa busca de si mesmo em face da morte, esse momento morri.  

Sobrevivendo-se à metade da temporada, morna e enfadonha, o resto começa a se encaixar, e os três últimos capítulos são intensos, violentos e prendem o expectador no sofá, com a narrativa esparsa finalmente encontrando alguma coesão. Isso em uma temporada de vilões fracos, com motivações genéricas, o que alguns podem interpretar que a violência existe sem a necessidade de justificativa, como parte da natureza humana, especialmente se cultivada, como no Justiceiro, no Retalho ou até mesmo no FBI. Não há heróis nem vilões, há expectativas colidentes, que serão resolvidas por meio da mais pura violência. 

Com apenas uma breve participação especial de Karen Paige (além do onipresente bandido Tuk), a segunda temporada de Justiceiro, melancólica, é aquela que menos faz referências ao universo Marvel, seja aquele dos Defensores, seja ao Universo Cinematográfico, e dá a entender que se trata de um apagar das luzes, a ser confirmado em breve, sendo encerrado em uma icônica cena do Justiceiro, que parece saída dos quadrinhos, e que ainda que permita a crença em uma terceira temporada já imaginada, mais parece um gibi sendo fechado, encerrando a bela e inovadora parceira da Netflix com a Marvel, e deixando no ar se essas propriedades não serão continuadas na nova plataforma, já que há tantas boas histórias para serem contadas.