Exterminador: Destino Sombrio faz uso de linhas do tempo para encerrar franquia

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O Exterminador do Futuro parece ter passado por todas as fases possíveis nos cinemas: de obra cult nos anos 80, a blockbuster aclamado em sua segunda edição, passando por caça-níquel na terceira fase, reboot moderninho na quarta, novo caça-níquel esquecível na quinta edição, e finalmente um término-reboot-existencialista naquela que, acredita-se, é a derradeira obra: eis o futuro sombrio, de volta à James Cameron com Tim Miller na direção.

Futuro Sombrio parte de uma premissa diferente dos outros filmes: os esforços de Sarah Connor deram certo, e a Skynet foi evitada, mas atos tem consequências: os robôs enviados do futuro não pararam de chegar e buscar cumprir sua diretriz: matar: John Connor, mesmo obedecendo a um mundo que não mais existia. Aquela coisa de paradoxo temporal, que ninguém foi capaz de explicar de modo satisfatório. Isso deixou o filme ainda mais confuso, se é que era possível, com uma pitada de existencialismo.

Justamente esse caráter existencialista distancia a obra de si mesma, conversando mais com Matrix e sua trilogia, na qual fica claro que sempre existirá uma singularidade, sempre haverá um John Connor (como sempre haverá um NEO) e sempre haverá uma Skynet (e uma Matriz). Ou seja, por mais mutável que o futuro seja, a humanidade terá que passar pela sua provação e pelo enfrentamento homem x máquina de qualquer modo, repetindo versões alternativas da distopia original.

A grande problematização dessa versão foi o protagonismo feminino, provando como o mundo está chato. Qual o problema de ter uma Sarah Connor e versões femininas nos papéis de protagonismo? Isso não deixa a história melhor ou pior: ela continua confusa, divertida e com cenas de ação explosivas, baseadas em um futurismo caótico, e ver a volta de Linda Hamilton e Arnold nos papéis originais que prismaram a história como o grande sucesso que foi é mais do que um motivo suficiente para ver o longa, que consegue entreter e bem, fechando o ciclo original.

Não gostar, porque a história é confusa e não precisava é algo aceitável, mas repudiar pelo protagonismo feminino parece pequeno para os tempos atuais, tão limitada quanto a diretriz que ordena os exterminadores a matar John Connor.