Dumplin´ mira juventude rejeitada para passar uma mensagem

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Dumplin´ é um lançamento do catálogo da Netflix, trazendo Jennifer Aniston como protagonista da adaptação do romance de mesmo nome. Como todo filme trazendo Jennifer Aniston, a expectativa inicial é que se trate de uma comédia. Ainda que tenha se desvinculado de sua Rachel de Friends, Aniston evoca risos. Faz parte. Mas não se pode esperar risos de Dumplin´. 

O enredo 

Em tradução livre, Dumplin´ seria guioza em português (japonês), que é um tipo de bolinho feito no vapor, e é o apelido carinhoso que a mãe, papel de Aniston, chama a sua filha Willowdean, não por acaso uma gordinha desajeitada. Como ex-musa de concursos de beleza, Aniston tem dificuldade de se conectar com a filha, que na dificuldade de se aceitar, resolve participar de um concurso de beleza da mãe como forma de protesto contra a ditadura da beleza. É um filme dramático voltado ao público jovem, especialmente ao jovem menos encaixado nos padrões clássicos de beleza.   

A crítica tem sido bem generosa com o filme, mas parece que tal generosidade vem justamente da valorização do menos popular pelo simples fato de ser menos popular. Ritmo arrastado, narrativa sem brilho e uma protagonista jovem que mais irrita do que inspira. É de bom tom falar bem do filme, mas fica difícil quando a jovem em questão marginaliza a mãe e a amiga, justamente….por serem bonitas. É uma valorização do bullying reverso, tanto que o garoto bonito que gosta dela sofre bullying também.  

Vale a pena?

Ao final, o filme toma algum rumo, assim como a jovem protagonista. E baseado inteiro em um ambiente de cultura caipira norte americana, centrada na figura da cantora e atriz Dolly Parton, a lição final acaba até por deixar o espectador menos irritado por ter visto esse filme: descubra quem você é, e seja de propósito.