Ex-funcionário é absolvido de acusação de racismo e processa Globo e Maju Coutinho em quase R$ 1 milhão

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Informações apuradas pela jornalista Fábia Oliveira, publicadas em sua coluna no jornal O Dia, apontam que o auxiliar de produção Kaíque Batista está processando a TV Globo e a jornalista Maria Júlia Coutinho por danos morais. Hoje desempregado, o autor foi alvo de acusações de racismo contra a comandante do Jornal Hoje, em processo que corre desde 2015.

Na época dos fatos, Kaíque foi levado por policiais militares e funcionários do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para prestar depoimento sobre as acusações no Fórum Criminal da Barra Funda. O então funcionário teve seu computador pessoal apreendido, sendo posteriormente imputada as acusações de falsidade ideológica, injúria, corrupção de menores na internet e associação criminosa na internet.

A pedido de sua defesa, Kaíque conseguiu responder em liberdade. Em março deste ano, a Justiça acabou por lhe absolver das acusações por falta de provas, mas os efeitos decorrentes do processo, segundo ele, prejudicaram sua vida de maneira generalizada.

“A minha vida mudou. Eu tinha emprego há quatro anos, tinha uma casa e tinha a minha dignidade. Perdi tudo mesmo falando que era inocente e não tendo uma prova concreta contra mim. A única coisa que me envolvia na postagem de racismo foram os comentários de duas pessoas ‘O Kaíque que nos mandou vir aqui’. Eu não publiquei nada! Fui julgado, hostilizado e acusado em todas as mídias. Agora que eu fui inocentando, ninguém me procurou”, desabafa.

Em entrevista para a coluna, Kaíque alega ter desenvolvido quadros de síndrome do pânico e depressão, sendo até hoje hostilizado nas ruas em virtude das acusações de racismo das quais foi inocentado. Para efeitos de reparação, ele pleiteia na Justiça o pagamento de uma indenização na casa dos R$ 800 mil por danos morais.

Angelo Carbone, advogado de defesa, demonstra estar otimista com a vitória na Justiça. Segundo ele, houve uma tentativa leviana de incriminar um inocente com a imputação do crime de racismo. A TV Globo não se manifestou sobre o caso, declarando não comentar assuntos que tramitam no judiciário.