Mulher Maravilha 84 decepciona e preocupa fãs da DC em filme irrelevante

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A DC/Warner vinha de alguns momentos diversos no cinema. Após emplacar a trilogia Nolan de Batman, com grande sucesso, resolve zerar seu universo cinematográfico para tentar um projeto similar ao da Marvel, através de sua Liga da Justiça, com um novo Batman, mais velho, um Aquaman ousado, diferente dos quadrinhos, um flash bobalhão e uma Mulher Maravilha….inspiradora. Gal Gadot personificou uma Mulher Maravilha forte, gentil, determinada e cuidadosa, e seu filme solo, logo em seguida, foi pelo mesmo caminho e consolidou a Mulher Maravilha como aquela que iria consolidar o universo DC. Isso pelo menos até agora.

MM84, nome escolhido para a continuação, se passa no ano de 1984, seguindo a trajetória da Diana após a grande guerra mundial, sediada em Washington DC, trabalhando no museu Smithsonian, onde acaba por encontrar um pretenso mecenas, vivido por um Pedro Pascal bem teatral e completamente diferente do que mostrou até agora, bem como uma ignorada cientista, sendo que ambos acabam unidos por uma pedra mágica. Essa união claramente acaba por provocar a intervenção da Mulher Maravilha, que acaba tendo o inesperado reforço de seu grande amor, Steve Trevor. 

A Mulher Maravilha é mais do que uma heroína, carrega nas costas o peso de ser a grande heroína feminina, carregando toda uma ideologia e identidade contrária à opressão masculina, vinda de uma ilha de amazonas fantásticas. E no primeiro longa, fica clara a posição dela pela igualdade, sem uma superioridade artificial ou um discurso forçado. Contudo, a fórmula parece ter ficado em Themiscyra, visto que existe um “grande ditador” homem, que parece uma paródia do filme homônimo de Chaplin, uma tigresa meta humana sem um propósito definido que novamente parece paródia da Mulher Gato de Michele Pfeiffer, e uma Mulher Maravilha indo de encontro a tudo isso para salvar um mundo após roubar a armadura de ouro de Aioros, digo pegar emprestada uma armadura amazona. Tudo muito jogado, tudo muito sem sentido. 

Detalhe importante: quem se dignar a assistir esse filme deverá investir duas horas e meia para ver isso, uma sessão da tarde glorificada que poderia ser resumida em oitenta minutos de filme, se tanto. Mas nem tudo é de se jogar fora. A cena pós créditos é uma daquelas que os fãs gostam, bem como o fanservice de mostrar o avião invisível, além da melhor cena, que seria a olimpíada das amazonas que ocorre no comecinho, e era ritualisticamente um rito de passagem para que se pudesse alcançar o mundo dos homens. 

Não existem maiores elementos a serem explorados. MM84 é 100% evitável e no máximo serve de mau exemplo e alerta para a DC voltar a prestar atenção aos seus personagens e onde quer chegar. Um filme teoricamente feminino que apaga sua protagonista e evidencia os atores masculinos. Não chega a ser um filme ruim, mas certamente é mais digno de uma Sessão da Tarde do que das telonas e do pay per view.