Wandavision se propõe a retomar o universo Marvel

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Wandavision foi anunciado como o grande lançamento que conectaria o MCU ao Disneyplus, plataforma de streaming do grupo Disney, de forma que a Marvel deixou de espalhar suas séries em canais como a Sony, exemplo de Agents of Shield, ou mesmo os conteúdos divulgados na Netflix, que teve a prioridade dos heróis urbanos. Mais que isso, Wandavision serviria para anunciar, e de certa forma esquentar os motores para a fase 4 do MCU.

Talvez esquentar os motores seja exatamente o conceito predominante, o que inclusive justifica dois episódios de estreia, lançados em conjunto, muito abaixo do que a base de fãs menos ‘cult’ esperava. Diferente do que ocorreu com Mandalorian, que chegou com tudo, Wandavision (belo trocadilho para “a Visão de Wanda”) começa em um ritmo de Capitão América congelado do artigo, beeeem devagar e datado, o que se vendeu como sendo uma homenagem aos seriados vintage, como Genie é um Gênio. E isso levou os fãs, digamos, mais pop a acharem “nhé” a primeira impressão, razão pela qual esperou-se a terceira impressão para se colher alguma opinião mais substancial.

Wanda manipula a realidade, a qual se tornou muito pesada depois que ela perde irmão e ente amado nas batalhas dos vingadores. Os fãs das HQs sabem quem fatos comparáveis levam ela a criar a Dinastia M, mundo mutante no qual seu pai, Magneto (sim, ele mesmo) era rei absoluto. Assim o terceiro episódio, para gerar alguma substância se baseia no que se mostrou (uma realidade paralela, introspectiva e fantasiosa), o que se divulgou (a presença da SWORD – uma agência tipo a SHIELD, bem como a conexão com os mundos da loucura de Doutor Fantástico 2) e o que se especula: o começo de uma bem construída chegada dos X-men e do Quarteto Fantástico e dos mutantes ao MCU como sendo o grande evento da fase 4 e 5 do MCU, capaz de fazer o reboot não somente das propriedades como também das bilheterias do cinema.

A estranheza está presente em todos os três episódios, mas o senso de urgência se faz presente apenas no terceiro ato, quando Wanda e Visão, e seus coadjuvantes por enquanto menos dignos de nota, parecem não só notar mas como também querer evidenciar toda a estranheza ao redor, o famoso elefante na sala. Se não torna a narrativa mais agradável, cria ao menos a expectativa de que o marasmo vai dar lugar a algo melhor, como anunciado nos trailers.

Kevin Feige e companhia não dão ponto sem nó, e os acertos são muito maiores que os erros até o momento, sendo que até Homem-Formiga deu certo, entrando os Inumanos na conta do maior fracasso, o que há de se convir, é muito pouco. Assim, resta exercitar um pouco da paciência robótica de Visão, para que se atinja o potencial de Wanda de se enxergar uma realidade que por enquanto permanece obscura.