Alice in Borderland traz estilo narrativo japonês para Netflix

PUBLICIDADE

Você e seus amigos saem para a rua na cidade mais movimentada e populosa do mundo, em pleno horário do rush, e de repente não há ninguém nas ruas, nem carros, nem nada. E subitamente aparece em um telão, instrução para começar um jogo. Seguindo as instruções, de repente vocês se vem presos em um jogo mortal no qual as únicas opções são morrer ou zerar o jogo. Esse é o enredo de Alice in Borderland.

Alice é um seriado japonês da Netflix baseado em um mangá de mesmo nome que explora essa possibilidade no mínimo psicodélica, e a cada episódio, a cada novo jogo mortal, um pouco mais desse enredo bizarro começa a ficar claro, expandido um universo até se chegar a jogadores profissionais. Uma mistura de Walking Dead com Jogos Mortais e Jogos Vorazes, com uma vibe Cavaleiros do Zodíaco, caracterizada por aquele excesso de narrativa em momentos chave de conflitos.

Como toda obra ficcional, o interessante é descobrir as regras desse mundo. No caso, os jogos são caracterizados pelo Naipe da carta de baralho: espada significa jogo de vigor físico, paus jogo em equipe, ouros significa estratégia o famigerado coração implica em jogar com o coração alheio, em tramas envolvendo traição e mentira, enquanto o número da carta dá a dificuldade e o prêmio, que é um visto de dias sem precisar jogar, sendo que as cartas de figura permanecem um mistério. Ficar sem jogar, tentar fugir da arena ou de qualquer forma burlar as regras, implícitas ou explícitas, acarreta em morte certa, vinda de um tiro vindo do céu.

Arisu é o grande protagonista, um jovem de família rica viciado em vídeo games, habilidade que se mostra útil no mundo de desafios a serem zerados. Ele é acompanhado dos dois melhores amigos e vai se juntando a outros jogadores à medida que o desafio avança. E o público vai aos poucos se apaixonando por personagens que vão entrando na série, que brinca com o conceito da Alice do País das Maravilhas com alguns personagens e situações dignas desse país, inclusive o encontro com o obscuro Chapeleiro, e outro interessante personagem que mais parece o Gato de Chesire.

Como era de se esperar, Alice acaba em um grande gancho para a segunda temporada, correndo o mesmo risco de toda boa série de ficção em seu debut que é acabar por enrolar ou decepcionar e não saber para onde vai, como Lost, mas a esperança fica por conta de uma trajetória consolidada nos mangas. Agora resta esperar pelos próximos jogos.