Como está a icônica mansão de Clodovil em Ubatuba 12 anos após sua morte é de cortar o coração

Mansão de Clodovil Hernandes está em um estado deplorável mais de uma década desde sua morte.

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Clodovil Hernandes foi uma das personalidades brasileiras mais polêmicas e respeitadas. Estilista, político e gay, Clodovil sempre se posicionou contrário a comportamentos explícitos de homossexuais em público, como beijar e ter atitudes comuns de casais héteros.

Mesmo com a polêmica com o público LGBT, ele sempre foi respeitado e muito querido no meio político, ambiente que ele não tinha papas na língua e dizia tudo o que pensava, sempre prezando por um português primoroso e muito respeito pelo próximo, incluindo os que discordavam de suas convicções.

Quase doze anos após sua morte, a mansão que vivia em Ubatuba, no litoral de São Paulo, está em ruínas. O local foi representação de glamour e luxo, chegando a ser mostrada na TV em uma entrevista concedida a Gugu Liberato.

A mansão com vista privilegiada, acabou não atraindo compradores e hoje está em um estado bem deplorável. Clodovil não tinha herdeiros e a única pessoa que ele sempre considerou como sua única família e que demonstrava amor e respeito incondicional, era a mãe, já falecida na época em que o estilista morreu.

O estilista deixou um testamento em que doou toda a sua fortuna para duas instituições, uma que leva o nome de sua mãe, mas que ainda seriam criadas após a sua morte. O impasse com a justiça retardou os planos pós morte do artista, pois cerca de R$300 mil deveria ir para o pagamento de dívidas, sobretudo o pagamento de ex-funcionários.

A justiça então decidiu leiloar seus bens, que iam muito além da mansão de Ubatuba, existindo imóveis em Cotia, região metropolitana de São Paulo, e Distrito Federal. Clodovil também tinha muitas joias e obras de arte muito valiosas.

A mansão de Ubatuba com mais de vinte cômodos, além de capela, piscina e um lago particular, ficou a venda por dez anos, até que em 2019, teria sido arrematada em leilão por menos de R$1 milhão, mas a compradora acabou desistindo da compra e recebeu seu dinheiro de volta.

O motivo da desistência alegado pela compradora é que não havia se atentado que o imóvel não poderia sofrer alterações, pois o artista tinha o direito de usufruto do local, mas por ser em área de reserva, não poderia modificar o imóvel.

No mesmo ano ocorreram outros dois impasses: a justiça determinou que a casa não podia ser vendida, tão pouco poderia ter sido construída, pois, está localizada em uma área de reserva ambiental. Portanto, o imóvel deveria ser demolido.

No mesmo ano, segundo divulgado pela jornalista Fabiola Reipert no programa Balanço Geral, um ex-funcionário de Clodovil ajuizou ação alegando que tinha um relacionamento amoroso com o estilista e se essa relação fosse reconhecida pela justiça, ele se tornaria o único herdeiro.

Naquela época, o pedido do ex-funcionário foi negado, mas cabia recurso, podendo o caso continuar por um longo período na justiça até parecer definitivo. Até lá, o que resta é uma mansão repleta de infiltrações, danos naturais decorrentes de quase doze anos sem manutenção e correndo o risco de se tornar apenas história e lembranças em fotos, com a possibilidade de ser demolida.

No começo de 2021, o UOL tentou visitar a mansão abandonada de Clodovil, que segue quase coberta de mato, mas um caseiro contratado pelo espólio do estilista, e que estava na casa ao lado da mansão, expulsou a equipe de reportagem do local com um facão na mão. Um vizinho se rebelou, xingando Clodovil e dizendo que ele morreu lhe devendo dinheiro.

Se a situação não for resolvida, a mansão de Clodovil parece só ter dois possíveis destinos: a demolição ou o abandono total, sendo um prato cheio para os exploradores de casas abandonadas.