“Uma Dobra no Tempo” é diversão lúdica que fica devendo

PUBLICIDADE

Uma Dobra no tempo é o novo lançamento da Disney para provar que ela não depende somente de sua fábrica de heróis, nem tampouco de uma galáxia muito, muito distante; e que existe salvação além dos revivals em live actions baseados em suas animações de sucesso.  

E o filme começa bem nesse sentido. Um cientista carismático e incompreendido, um sumiço inexplicável e uma ausência que atinge a toda uma família, com direito a bullying escolar e tudo. E a vida de todos começa a mudar quando uma fada (?), ou tipo isso, interpretada pela versátil Reese Whiterspoon, aparece no meio da sala de estar, conversando com o caçula da família, que por acaso é um gênio incompreendido. Pouco demora para que o fantástico se desenrola e aparecem mais criaturas fascinantes e um convite irrecusável para uma aventura atrás do pai desaparecido há mais de 4 anos, na qual embarcam os dois irmãos e um amigo do colégio. 

Ok, parecido com as Crônicas de Nárnia? Talvez, mas até aí isso não precisa ser algo ruim. A fantasia se reinventa, e se baseia em sonhos que vieram antes. Assim começa a viagem por diversos universos, planetas e realidades, uma mais linda que a outra, satisfazendo o lado lúdico do expectador, que viaja junto. Só que toda aventura tem sua barreira, seu desafio, e aqui a luz encontra a oposição da sombra, os nomes não importam. 

Quando a velha luta da luz contra as trevas entra em jogo, tudo de novo que a capacidade dos efeitos especiais nos mostrava perde sua força, afinal para falar da trama mais antiga de todas é necessário algum toque novo, algo que ninguém tenha pensado, ou então nem é necessário continuar prestando atenção no longa, afinal o caminho a ser percorrido a partir desse momento é de conhecimento geral e não surpreende mais ninguém. Infelizmente é o que acontece.  

Assim, do meio para o final o filme se torna totalmente previsível, e até a abordagem que parecia original no início perde sua força, afinal 3 fadas (ou fadas genéricas) estão nos contos Disney desde antes da maioria dos expectadores nascerem, e já faz parte do conhecimento público.  

Tudo bem, ter Chris Pine, Reese Whiterspoon e até Oprah Winfrey tem lá seu charme, mas é muito pouco para mostrar o que a Disney tem a oferecer em seu departamento criativo, especialmente quando ainda se trata de uma adaptação de um romance homônimo, que sequer é muito criativo, e em seus momentos finais tenta até brincar de filme de terror, e finaliza entregando um desfecho mal costurado e zero em criatividade. Uma pena.