Homem Aranha Longe de Casa é a conclusão perfeita para Ultimato

PUBLICIDADE

Um grande vazio se abateu sobre o Universo Cinematográfico Marvel com o final de Ultimato e a morte de vários personagens importantes, a ponto de gerar um grande medo sobre sua continuidade. E Homem-Aranha: Longe de Casa veio justamente preencher esse vácuo, com a precisão cirúrgica que tem marcado as produções da fábrica de ideias. 

O enredo de Longe de Casa é simples: após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato, o universo tenta se adequar a uma realidade de pessoas que sumiram e voltaram iguais, enquanto outras envelheceram. E nesse contexto há uma excursão da turma de Peter Parker pela Europa, quando o mesmo é recrutado por Nick Fury por conta de uma ameaça, de uma herança de Tony Stark e de um novo herói, Mysterio, que os fãs do quadrinho já sabem não ser exatamente isso, tudo em um contexto de realidades paralelas e multiverso, que deixou os entusiastas em polvorosa, especialmente depois do Aranhaverso.  

Ainda que o Aranhaverso (ainda) não tenha sido explorado em Live Action, isso é tudo que se pode dizer de ruim sobre o segundo filme solo de Homem Aranha. Tom Holland, aos seus 23 anos, já se sente totalmente à vontade no papel de Homem Aranha e começa a ameaçar deixar para trás o até então queridinho Tobey Maguire.

Mais do que isso: Holland acha o tom certo (sem trocadilho) para dar vida ao herói aracnídeo em sua adolescência, atingindo finalmente o ápice do conceito original do Homem Aranha quando criado pelo imortal Stan Lee, mais presente do que nunca mesmo sem suas clássicas aparições.

Não se pode esquecer: Peter Parker tem 16 anos, está em fase de formação de caráter e sobre seus ombros cai o peso do mundo, tal qual o mito grego de Colossus, e em determinado momento tudo que Peter quer é largar esse peso e ser uma pessoa normal. E é na impossibilidade disso que se estrutura a maior fortaleza de Longe de Casa, a ausência de segurança e de conforto em assumir o papel de salvador do mundo que um dia foi do Homem de Ferro em um mundo sem o insubstituível Tony Stark. 

As atuações, aliás, são um ponto forte do filme: Jake Gyllenhall, Zendaya, Samuel L. Jackson, Jon Favreau, todos estão espetaculares. Jake dá um show como novo personagem do UCM, e consegue fazer todo o arco narrativo funcionar muito bem, ainda que não se possa falar mais a respeito do mesmo para não estragar as reviravoltas, que são muitas.

É basicamente um filme de fumaça e espelhos, que consegue demonstrar as dificuldades e as sutilezas que se criaram em um mundo que confia em heróis como seus guardiões, seja para amá-los, ou para odiá-los. E por falar em ódio, seja muito bem vindo de volta, J.J. Jamenson em agradável (ou seria desagradável?) surpresa. 

Um resumo de longe de casa é justamente o mote do amigão da vizinhança sobre a relação entre poderes e responsabilidades. Um grande filme mesmo para quem não acompanha a Marvel de perto.