The Boys mostra tudo aquilo que nem Marvel nem DC teriam coragem de mostrar

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O que seria de um mundo onde Super Heróis existissem? Muitos vão falar que Vingadores ou a Liga da Justiça já respondeu essa pergunta, mas somente após ver, The Boys, a nova série da Amazon Prime, que essa pergunta estará respondida.

Ao invés de um mundo onde nascer com poderes significa ser necessariamente bom ou mau, The Boys explora um universo onde os poderes mais do que tudo separam, e são uma ferramenta corporativa e de sucesso pessoal. Essa é a história dos Sete, o que seria a primeira divisão de heróis mantida por uma corporação privada. Seria a Liga da Justiça privatizada, responsável por negociar onde cada herói vai atuar, fazer seus filmes, relações públicas e até participações em eventos. Afinal, faz sentido, pois se a Liga tem seu Batman e os vingadores o Tony Stark para custear as necessidades especiais, como se sairiam em um mundo sem um patrocinador?

Mais do que isso, os Sups, como eles são chamados, são como ultra-celebridades, e como tal se comportam, com seus desejos, vontades e vaidades do tamanho dos seus poderes e de seus egos. E é do estrago desses egos na vida de humanos normais, meros danos colaterais, que surge o arco narrativo, onde humanos buscam vingança contra eles, enquanto o espectador acompanha o concurso para uma nova integrante dos Sete.

A série foi feita para Karl Urban, já famoso por seus papéis em Star Trekk e na Marvel, brilhar, mas quem rouba a cena é Antony Star, interpretando o Capitão Pátria, basicamente uma mistura de Capitão América com Super-Homem sem nenhum senso de moral e com refinados traços de psicopatia. Mais do que uma paródia, Pátria mostra como qualquer herói com super poderes não só poderia, como provavelmente seria, um contraponto interessante ao realismo de M. Night Shaymalan em sua franquia Vidro. E por Pátria, o espectador pode imaginar uma Liga da Justiça distorcida, que explora o conceito do soro do Super Soldado do Capitão América. Alucinante.

Criada para a TV por Eric Kripke, grande nome por trás da sobrevivente série Supernatural, e adaptada de quadrinhos de Garth Enis, antigo quadrinista da DC, The Boys é extremamente visceral, cruel e intensa, e nisso reside seu sucesso instantâneo já confirmado para a segunda temporada, certamente a melhor produção original da Amazon Prime, que após adquirir os direitos de Handsmaid Tail, mostra o quanto vai focar sua linha em dramas e obras de conteúdo adulto, se posicionando com todas as armas contra Netflix e Dinsey+. A briga será boa.